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Entervista Telma Lee


A autora de “Meu Vício” fala da sua infância humilde, dos projectos e revela, em primeira mão, que está a preparar um tema com Nelson Freitas.
Por Amarílis Borges (texto), Ana Brígida (fotografia).
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Telma Lee já tem agendado três concertos em Portugal, o último deles no Coliseu dos Recreios, em Lisboa 

Este ano já lançou dois singles e um videoclipe. Está a preparar mais algum projecto para os seus fãs?


Vou lançar um maxi-single em Novembro com cinco músicas e três vídeos. Estamos a preparar uma música com o Nelson Freitas e, além disso, tenho concertos no dia 5 na discoteca Black Jack, em Vilamoura, dia 11 no St. Club, na Margem Sul [Amora], e dia 27 no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

O que espera do público português?


Sinto que os portugueses são muito calorosos. Olham para o cantor e respeitam-no. Sinto-os a vibrar, mexer. É inspirador ver os shows do Anselmo Ralph, Yuri da Cunha e B4, por exemplo. Penso: “Quando é que vou ver uma sala dessas a cantar assim a minha música?”

Como foi o primeiro contacto com a música?


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“Eu tento colocar muito amor no coração. Acho que estava apaixonada quando escrevi ‘Meu Vício'”
Na escola escolhiam os melhores alunos e eu era sempre a voz principal. Entrei na catequese da Igreja do Carmo e tinha de escolher um grupo. Escolhi o coro. Tinha sete ou oito anos.

Quando começou o sonho de ser cantora?


Em 2007, quando participei do concurso escolar da Refriango, “Canta com Blue”. Venci o concurso com a música “Desliga”, de Yola Semedo, e desde aí fiquei com isso na cabeça. Tinha alunos de várias escolas e professores no júri. Eu alcancei notas que nem eu mesma sabia.

A sua carreira ainda é recente, dois anos passaram desde o programa “Angola Encanta”, da TPA2, mas a canção “Meu Vício”, lançada em Fevereiro, já é um sucesso. Qual foi o melhor momento até agora?


Há muitos. Nos últimos tempos percebi que quando canto o público acompanha-me. Os últimos shows têm sido super marcantes porque o público canta a minha música.

Compõe as suas canções?


Componho. “Meu Vício” compus com a ajuda do Malarya e Rui Orlando, que foi vencedor do concurso “Angola Encanta” em 2011. Já “Eu Te Magoei” fui eu que compus mas a ideia toda da música foi do Filemon e o beat foi da Wonder Boyz.

Ouça a nova música “Eu Te Magoei”:
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O que a inspira a escrever?


Eu tento colocar muito amor no coração. Acho que estava apaixonada quando escrevi “Meu Vício”, só não lembro por quem (risos). Mas não estava com essa pessoa. A música “Eu Te Magoei” tem algo muito melancólico. Fiz como se tivesse vivido. Na história, eu traí mas estou a pedir desculpas. E a pedir que ele não me peça desculpa. É por aí: tento mostrar o lado doce das coisas e não ser vulgar.

Evitar a vulgaridade é importante para si?


A minha educação não o permite. Sou uma pessoa muito doce por natureza, muito meiga. O meu padrinho é padre. Imagina o meu padrinho a ver-me vulgar no palco. Que imagem eu vou passar para a maioria das minhas fãs que são adolescentes? Já fui mãe cedo, querendo ou não isso desestabiliza as coisas. Sou cantora, não sou nada mais do que isso. Tenho que mostrar a minha voz. Procuro não ir para discotecas. Procuro estar com a minha família. Eu amo estar em casa, no meu quarto. Gosto de estar com as minhas ideias. Idealizo muito para conseguir executar as coisas.

Como foi gravar o seu primeiro vídeoclipe com o ex-Mister Angola Carlos Nascimento?


O Carlos é muito tímido. Fala pouco. Eu sou mais extrovertida. Tenho que estar sempre a dizer qualquer coisa engraçada. Tivemos conversas muito sérias. Estávamos sempre a conversar, por isso, é que houve aquela intimidade toda no vídeoclipe de “Meu Vício”.


Que géneros de músicas mais ouve e quem são as suas referências?


Gospel, soul music. Tudo aquilo que soa bem. Gosto de Yola Semedo, Pérola, Ary, Edmazia, Beyoncé, Rihanna. Nos últimos tempos ouço muito a música “Extraordinário”, de Jotta A, um cantor gospel brasileiro.


Quem considera os principais responsáveis pelo seu sucesso?


Primeiro Deus e depois o meu empresário, José Machado. Ele me faz ver que acima do dinheiro está o meu talento e que acima do meu talento tem um Deus. Tenho aprendido muito com ele. É um jovem que teve oportunidades, hoje ajuda quem precisa. E comigo não foi diferente. Tenho muita gente a ajudar-me directa ou indirectamente. Enviando a música para mim. Mandando para o namorado. Tenho amigos que várias vezes me deram boleia para ir para um concerto. Amigos que me deram saldo quando eu não tinha e precisava de fazer qualquer coisa do meu trabalho. Muita gente a quem hoje agradeço muito.

“Essa minha força de querer vencer ultrapassa tudo”


O que recorda da sua infância?


Era uma menina feliz. Apesar de ter uma vida humilde, era feliz. Quando fiquei grávida, aos 17 anos, o mundo parou um pouco, mas não me lembro de ter tido uma má infância. Lembro-me de uma menina super feliz com as amigas. Tinha um grupo no prédio, as Spice Girls, eu era a Victoria. Era a mais ousada. Ensaiávamos para fazer um desafio e eu queria ganhar (risos). Sempre tive esse lado artístico.
“Sou uma pessoa muito doce por natureza, muito meiga.”
Cresci com mulheres fortes – a minha avó vendia bananas, a minha mãe batalhou para dar boa vida às minhas irmãs e a mim. Sempre foram muito batalhadoras. Nunca invejaram. Lutaram para conquistar o que queriam. Ensinaram-me a não cobiçar as coisas alheias e a trabalhar.
Não posso ficar triste. Algumas pessoas não têm comida nem água. Outros não têm mãe. Eu tenho mãe. Há quem precise de um pai, de uma família.

Mas nunca fala do seu pai…


Porque eu não cresci com o meu pai. É impossível falar de alguém com quem não cresci. É mais fácil falar do meu padrinho, que esteve presente, comprou material escolar, sempre ligou. Quando fiquei grávida, ele chorou. Mesmo grávida, não deixei os estudos. Terminei logo o ensino médio. Um ano depois de ter o meu filho voltei a estudar. Doeu saber que magoei muita gente. Mas essa minha força de querer vencer ultrapassa tudo.

O seu filho, Altemar Manuel, tem quatro anos. O que mais encanta nessa idade?


Mesmo um bocadinho chateado, ele tem o lado da brincadeira. Ele faz sempre qualquer coisa engraçada só para nos fazer rir. O meu filho é muito chaladinho, tem essa coisa de conseguir partilhar com as pessoas.

“O foco agora é ver-me lançada profissionalmente”


Vamos falar desse coração.


Sim, vamos (risos). Estou solteira há uns três anos. Livre. Não tenho ninguém. O foco agora é ver-me lançada profissionalmente.

Mas está interessada em alguém?


Ninguém que me faça chorar.

Que qualidades tem de ter um namorado?


Tem que ser meu amigo. Tem de ter muita vontade de vencer por si mesmo. Ser educado. Moço de família.

O que seria incapaz de ultrapassar numa relação?


Isso depende do momento. Já perdoei muito, mas não aceitaria ultrapassar uma mentira.  Traição é outra coisa. Uma mentira não aceitaria.
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“Sou muito simples. Mas quero sempre estar bonita e bem vestida.”

Porquê?


Porque no mundo em que estamos as mulheres estão muito oferecidas, desculpa que o diga, mas é verdade. E também porque acredito que ninguém é de ninguém. As pessoas erram. Desde que eu sinta que está a me respeitar, é educado, amigo, companheiro… Mas uma mentira, não. Sou muito verdadeira, não consigo mentir.

Considera-se uma pessoa vaidosa?


Sou muito simples. Mas quero sempre estar bonita e bem vestida. Tenho cremes. Vou para o salão. Quero que as pessoas consigam ver uma mulher elegante, com princípios.

E o que ainda quer conquistar?


Quero conquistar mais fãs e tornar a minha música internacionalmente conhecida.

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