Crise chinesa intensifica queda de preços
15-01-2016 | Fonte: Angola News
A crescente tensão dentro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que dificulta um corte na produção no curto prazo, e as turbulências da economia chinesa, que dispararam os temores sobre a procura, intensificaram uma sangria nos preços do petróleo. O confronto diplomático entre a Arábia Saudita e o Irão, dois dos maiores produtores da OPEP, desencadeou esta semana uma nova queda nos preços, acelerada pelo caos nas bolsas chinesas, cujas negociações foram suspensas por duas vezes.A conjugação desses dois factores colocou o petróleo em níveis idênticos aos de 2004, com uma queda de perto de 11 por cento, entre segunda e sexta-feira, e chegou a menos 70 por cento no último ano e meio.
A execução de um clérigo xiita na Arábia Saudita, que reavivou o conflito no Médio Oriente, coincide com os planos do Irão para voltar a exportar petróleo e gás, quando forem levantadas as sanções nos próximos meses.Grande parte do milhão de barris diários que o Irão deve acrescentar à oferta mundial será canalizada para a Ásia, mercado dominado até há pouco tempo pela Arábia Saudita, mas onde produtores como o Iraque e a Rússia começam a ganhar terreno.
Com um novo concorrente dentro da OPEP e diante do possível arrefecimento da economia chinesa, que ameaça reduzir a procura, a Arábia Saudita dificilmente vai aceitar uma redução do tecto de produção, o que aumentaria os preços, mas poria em risco a sua fracção de mercado.